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Amanda Lira

Doe + - Trabalho de conclusão pós graduação



Alguns minutos do seu tempo, uma vida inteira para outra pessoa.

 

O objetivo deste projeto é desenvolver uma solução a partir das problemáticas e dificuldades relacionadas à doação de sangue no Brasil. Para contextualizá-los, trazemos abaixo os 3 pontos mais críticos do país a respeito de doações de sangue:

⚠️ Frequentemente os bancos de sangue ficam com estoque baixo por falta de doadores;

⚠️ No Brasil, apenas 1,8% da população doa sangue anualmente, segundo dados da Fundação Pró-Sangue, o maior hemocentro da América Latina, o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é de 3,5% a 5% da população;

⚠️ Conforme o crescimento de números de casos de Covid-19 no Brasil no ano de 2020, as doações de sangue tiveram uma queda de 15% a 20% no total de doações em comparação a 2019.


Etapas do projeto


Estudo do mercado brasileiro: entendimento de quem são os doadores de sangue do Brasil e como o país se posiciona referente a coleta de sangue;


Estratégia e pesquisa qualitativa com usuários: entender a fundo os motivos das pessoas que nunca doaram sangue e também analisar como é a realidade dentro dos hemocentros;


Design da experiência e protótipo da plataforma: com todos os dados em mãos, desenvolvemos wireframes, fluxogramas, protótipos de alta fidelidade e realizamos testes de usabilidade;


Workshop com usuários: buscamos entender a percepção daqueles que já são doadores de sangue recorrentes para aprimorar alguns pontos da nossa estratégia.


O nosso primeiro passo

Quem são os doadores de sangue no Brasil?



Para entender melhor o cenário de doações de sangue no Brasil, fizemos uma desk research sobre os dados de doadores, como eram as situações de bancos de sangue e com qual frequência eram feitas campanhas informativas sobre o assunto. Percebemos um número muito baixo de doadores, apenas 1,8% da população do Brasil doa sangue anualmente e 75% deles são de baixa renda, sendo a maioria homens (78%).



Com esses dados em mãos, nos aprofundamos em uma pesquisa quantitativa para entender os motivos da não doação ou da doação única, quais eram as barreiras enfrentadas pelas pessoas que querem doar, mas nunca de fato foram ao hemocentro de sua cidade e se existiam informações suficientes disponíveis para a população se interessar pela doação de sangue.


Focamos em colher dados como faixa etária e gênero, que haviam aparecido em nossa desk research. Nosso objetivo com a pesquisa quantitativa era entender o porquê da pessoa doar sangue, o porquê da pessoa não doar e se ela tinha conhecimento dos requisitos mínimos para realizar a doação. Além disso, era muito importante saber se havia motivos comuns entre os não doadores, por isso deixamos uma pergunta aberta para que os participantes se sentissem à vontade em escrever.

Em sequência, fizemos uma pesquisa qualitativa a partir de entrevistas presenciais. O nosso objetivo era entender os medos e inseguranças, porque nunca doaram e quais informações elas já sabiam sobre o processo de triagem.


A pesquisa foi exploratória e dividida em duas fases diferentes: uma com doadores, outra com profissionais. Desta forma pudemos ter pontos de vistas diferentes, dentro de um mesmo contexto. Assim, selecionamos quatro doadores para conversarmos a respeito das suas experiências sobre campanhas de doação, suas motivações para doar e quais eram os pontos de melhoria que eles percebiam dentro do processo.


Em seguida conversamos com sete profissionais da área de saúde que trabalham ou trabalharam dentro de hemocentros e têm contato com doadores e com o processo de doação de sangue. Queríamos entender suas rotinas e quais eram os pontos de melhoria que eles enxergavam no processo de triagem e doação. Também pudemos entender melhor quais foram os impactos que a pandemia causou nos bancos de sangue desde março de 2020.


Os profissionais levantaram questões como a falta de equipamentos de segurança (como luvas, por exemplo), déficit de informações sobre o processo de triagem e quais são os requisitos para doação. Um outro ponto levantado pelos profissionais foi a falta de campanhas públicas para doação de sangue. Segundo o que foi relatado, os profissionais acreditam que faltam informações sobre como é colhido o sangue e o que é feito com a bolsa de sangue após coleta, isso afasta as pessoas que nunca doaram sangue.

Como atrair as pessoas para realizar doações


As pesquisas mostraram o que, de forma geral, o público pensa, vê, fala e faz e isso nos ajudou a estruturar um mapa de empatia que levanta os principais pontos que impedem o usuário de doar (medo de agulha, falta de informação e não saber os locais de doação) e as necessidades para se tornarem possíveis doadores (informações disponíveis e processos menos burocráticos).


O mercado apresenta pouquíssimas soluções que atendam todas as necessidades do usuário e não são bem divulgadas. Realizamos uma análise dos principais players do mercado de doação de sangue como o SalvoVidas e #PartiuDoarSangue e também alguns players da área da Saúde, como o Dr. Consulta, Klivo e a startup Alice, consideramos aspectos como área de atuação, principais diferenciais competitivos e quantidade de usuários.


Alguns destes projetos foram descontinuados e outros trazem referências interessantes, como por exemplo o uso de Machine Learning que nos ajudaria a distribuir a demanda de doações personalizadas. Contudo, percebemos que é algo pouco explorado no Brasil.


Nosso primeiro objetivo foi trabalhar em uma solução que desmistificasse o ato de doar sangue, sendo simples e atrativo para as pessoas que nunca realizaram doação. Mas isto não era suficiente para manter uma solução funcionando.

Você já ouviu falar de Campanhas Nominais?


Percebemos um comportamento comum entre aqueles que já precisaram receber doação de sangue em algum momento: a dificuldade de disseminar o pedido entre os potenciais doadores.




No geral, familiares e amigos costumam compartilhar por redes sociais pedidos de bolsas de sangue para um hospital em nome de determinada pessoa. Esses pedidos têm como objetivo repor as bolsas de sangue usadas pelo paciente enquanto esteve internado ou sob observação médica de qualquer natureza. Mas o problema em comum que esses apelos possuem é a dificuldade de alcançar pessoas disponíveis ou dentro da cidade/região do hospital que necessita dessa reposição. Isso nos levantou um questionamento:


"Como conseguiríamos conectar potenciais doadores com pessoas que precisam de sangue?"

Desmistificando a doação de sangue, trazendo informações sobre as campanhas (nominais e colaborativas dos hemocentros) e a localização dos hemocentros, conseguimos o diferencial que estávamos procurando entregar aos usuários.


 

Doe Mais


Uma iniciativa para salvar vidas


Com todos os dados que colhemos e os insights que tivemos, desenvolvemos uma plataforma que pudesse entregar uma experiência completa tanto para os usuários que precisam dar visibilidade para campanhas de doações urgentes para salvar uma vida querida, quanto para aqueles que querem doar pela primeira vez e precisam de informações detalhadas sobre o processo. Nasceu então o Doe+.




Esta plataforma atenderá os pontos de dores e necessidades dos usuários que mapeamos e, além disso, atenderá também às necessidades dos hemocentros, diminuindo a situação crítica de falta de doadores principalmente neste período de pandemia que estamos vivendo.


Os principais pontos desenvolvidos na plataforma Doe +:


❤ Campanhas nominais e campanhas de Hemocentros: para todos que precisarem compartilhar qualquer necessidade de doação de sangue, seja para algum parente próximo ou campanhas de hospitais e hemocentros.


❤ Teste de aptidão: é um teste de múltipla escolha que poderá informar, no fim do teste, se o usuário pode doar sangue ou não, isso tirará dúvidas e evitará horas perdidas de deslocamento.


❤ Informativo sobre doações: todas as dúvidas, ou pelo menos a maioria delas, serão sanadas neste informativo. Mapeamos que muitos usuários não sabem pequenos detalhes e evitam doar por não encontrarem respostas.


❤ Pedidos de doação: cada campanha no site avisará por e-mail todos que possuem o tipo sanguíneo compatível e localidade mais próxima.


❤ Lembrete de recorrência: cada doação de sangue pode ser realizada de 3 em 3 meses por homens ou de 4 em 4 meses por mulheres, a plataforma irá avisar quando o usuário poderá doar novamente após o último agendamento.


❤ Localização dos hemocentros: alguns usuários não doam por não saberem os pontos de coletas, traremos essa informação com clareza junto com horários de atendimento e campanhas ativas.



Uma visão daqueles que já são doadores


Como última etapa do processo de criação, conversamos com as pessoas que já são doadoras de sangue recorrentes para saber quais foram as dificuldades enfrentadas durante os processos de doação recorrentes.


Em um workshop com três horas de duração, quatro pessoas participaram trazendo suas experiências, opiniões e sugestões. Com a oportunidade de co-criação, os participantes trouxeram ideias que suprissem suas necessidades, como por exemplo saber quando uma das bolsas de sangue doadas foram utilizadas, ter rotas para os hemocentros, informações sobre quando poderá doar sangue novamente, entre outras sugestões.


Um dos pontos em comum levantado por todos os participantes foi a fila durante o processo de triagem, que pode ser evitada com um pré-cadastro e agendamento através da plataforma, fazendo com que a doação seja mais rápida e segura, evitando aglomerações ou alto tempo de espera, que pode desestimular um doador potencial.




Outra sugestão levantada durante o workshop foi a possibilidade de acessar a plataforma através do dispositivo móvel, justamente por ser o principal método de acesso à internet e ter facilidade para realizar agendamento ou acompanhamento da doação em qualquer lugar, sem depender de acesso em um computador.


Muitas dessas alternativas foram acrescentadas em nosso MVP (mínimo produto viável) e assim desenvolvemos a solução em um aplicativo móvel com agendamento de doações nos hemocentros.


💡 Este workshop com doadores foi extremamente rico para analisarmos os pontos daqueles que vivenciam essa experiência com frequência, ouvir deles como poderíamos aprimorar a plataforma nos ajudou a perceber que estamos no caminho certo e nossa solução ajudará milhões de pessoas e potenciais doadores.




Futuramente no Doe+

  • Alertas que a bolsa de sangue foi utilizada: pesquisar junto aos hemocentros a possibilidade de saber quando uma bolsa de sangue foi utilizada, enquanto isso aplicar a solução com envios de e-mail trazendo informativos de quão importante foi a doação realizada.

  • Aprimorar a recorrência de doações: deixar personalizável para o usuário inserir eventos caso dele faça algum piercing ou tatuagem, faça alguma cirurgia ou doe sangue sem necessariamente ter agendado na plataforma, assim poderemos enviar alertas personalizáveis informando quando ele poderá voltar doar novamente.

  • Traçar rotas do hemocentro: trazer as rotas do Google Maps para a localidade dos Hemocentros.

Acreditamos que o Doe+ vai além de uma plataforma informativa sobre doação de sangue, ela passa a ser também um método de captar novos doadores, dar maior visibilidade para campanhas e facilitar todo o processo de acompanhamento das doações.


Este projeto iniciou-se em 2020 durante a Pós-Graduação da PUC Campinas, foi um ano em que as doações de sangue estavam em estado crítico no país por causa da Pandemia e percebemos o quão importante foi tomar essa iniciativa.


Incentivar, acompanhar e informar, são nossos pilares de valor. Queremos que, com o Doe+, muitas vidas sejam salvas e mais pessoas se tornem doadoras de sangue no Brasil

Agradecemos aos docentes que nos acompanharam, instruíram e incentivaram durante o desenvolvimento do projeto. A todos que participaram das pesquisas, entrevistas e workshop, sem dúvida nos ajudaram a visualizar melhor todo o processo dentro e fora dos hemocentros.


E a todos que doam ou já doaram sangue, ajudando a salvar vidas.



Doe sangue. Doe+.


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